Como contratar colaboradores de outros países para a sua startup?

Com o avanço da tecnologia as Startups estão cada vez mais procurando profissionais em outros países.
Neste Caminho, o home office ou o anywhere office vem se tornando a opção mais desejada pelas Startups e pelos funcionários, devido a uma série de benefícios que explicamos no ebook que você pode ler aqui.
Pensando nisso, vamos explicar como as Startups podem realizar essas contratações e as peculiaridades de cada modalidade.
1 – Contratação de Colaboradores no Exterior para trabalhar no Brasil
A CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas autoriza essa forma de contratação e determina algumas obrigações para que as Startups possam trazer funcionários de outros países, sendo necessário:
Apesar da forma de contratação ser diferente, os estrangeiros no Brasil possuem todos os direitos previstos na CLT, isso inclui salário-mínimo, férias, décimo-terceiro, FGTS dentre os demais direitos previstos na Legislação trabalhista..
Além disso, a Startup precisa manter uma quantidade mínima de colaboradores Brasileiros contratados, conforme o artigo 354 da CLT, é necessário observar uma proporção de 2/3 (dois terços) de empregados brasileiros para cada estrangeiro, ou seja, para cada contratação no exterior é necessário ter 2 (dois) brasileiros no time.
2 – Contratação de Colaboradores que vão permanecer em seu Países
Esse é o ponto mais comum nas contratações, pois, como explicamos no início desse artigo, o home office ou o anywhere office possibilitou que as Startups contratem profissionais em todo o mundo.
As Startups precisam ter ou abrir uma filial no local que forem realizar a contratação, isto é necessário tendo vista a necessidade de cumprir com as legislações trabalhistas e tributárias específicas do respectivo país, o que se aplica também para o teletrabalho.
Aqui você pode pensar, mas e se eu contratar diretamente pelo Brasil? Tendo em vista que o estrangeiro não possui os documentos específicos do Brasil como CPF e registro no PIS/PASEP, não é possível o funcionário nos órgãos públicos brasileiros.
Portanto, é importante realizar um plano de negócios e avaliar as regras do país e se a carga tributária é atrativa para a contratação no país. Tendo em vista que a intenção é contratar um funcionário com toda a liberdade de para definir jornada ou a forma como a trabalho deve ser realizado, o que não pode ocorrer em uma eventual contratação de prestadores de serviços, por exemplo e que também pode ser uma opção para a Startup.
3 – Existe uma forma mais simples de realizar a contratação de estrangeiros?
A resposta é sim! Hoje no mercado temos algumas empresas que oferecem o serviço de intermediar a contratação dessa mão de obra.
Essas empresas realizam todo o processo de contratação, abre a respectiva empresa no local da contratação e direciona a mão de obra para a Startup que realiza as atividades a distância.
A ideia é aprimorar e ampliar o Teletrabalho e a terceirização, o que se tornou mais flexível com a reforma trabalhista, pois atualmente as Startups podem terceirizar todas as atividades da empresa, inclusive a atividade fim.
Porém, é muito importante que as Startups ao realizar a contratação tomem alguns cuidados, pois o profissional terceirizado não é um funcionário direto da Startup contratante, não podendo, por exemplo, controlar diretamente o profissional ou definir qualquer regra que possa caracterizar um eventual vínculo empregatício com a Startup, explicamos os requisitos neste vídeo e também neste artigo.
Mesmo que o profissional esteja em outro país e, sendo identificado alguns dos requisitos para a caracterização de um eventual vínculo trabalhista, a Startup pode ser obrigada a arcar com eventuais verbas trabalhistas.
Aqui você pode pensar, em um eventual reconhecimento de vínculo trabalhista qual lei vou seguir para pagar as verbas trabalhistas? A jurisprudência trabalhista majoritária entende que deve ser aplicada a lei mais favorável ao trabalhador. Tendo em vista que a Legislação Brasileira é mais robusta e possui vários direitos, é comum ser aplicada a legislação Brasileira.
Por isso, é muito importante que as Startups tenham uma assessoria jurídica especializada para que possa acompanhar estas contratações e apontar os riscos e os cuidados que devem ser tomados.
Por Filipe Luiz
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