Nos últimos quase 5 anos em que apoiamos startups, empreendedores e investidores, aprendemos muito e também ensinamos um pouco para clientes e parceiros. Pensando nisso, definimos por criar uma série de 4 artigos em que vamos falar sobre assuntos que envolvem a etapa de investimento, a fim de ajudar outras pessoas que estejam nesse mercado a compreender como a prática tem funcionado e quais os caminhos que acreditamos serem os mais apropriados. Já falamos sobre etapas de investimentos, cuidados e formatos nestes artigos aqui, aqui e aqui, respectivamente. Mas o objetivo dessa série de artigos é atualizar todo o material e garantir que você consiga encontrar as informações todas de uma forma mais condensada e estruturada. *De qualquer forma, não deixe de ler os outros artigos que escrevemos anteriormente, pois existe muito do que será dito aqui que está mais detalhado em outros textos da nossa equipe, ok?
O início.
O primeiro passo de um empreendedor que busca investimento é entender se deseja realmente ter uma startup que será apoiada por investimentos de terceiros ou não. Basicamente, nessa hora é que se define se o negócio vai operar totalmente com capital próprio dos sócios e receita gerada pela venda dos produtos/serviços, o famoso bootstrapping, ou se irá alavancar o empreendimento com dinheiro de terceiros. Essa condição é imprescindível, porque a partir do momento que uma startup levanta o primeiro investimento de risco, seja ele de um investidor anjo, de um corporate venture ou de uma aceleradora, por exemplo, as expectativas por um segundo investimento são óbvias, afinal, quem investe em startups inicias dificilmente espera retornar o valor investido com distribuição de lucros. Portanto, uma vez recebido o primeiro investimento, tenha ciência que o seu caminho natural será um segundo, um terceiro, e assim por diante, até que a empresa seja comprada por um player maior ou se estabeleça como o próprio “player maior”.
O momento certo.
efinido que os sócios da startup têm interesse por investimentos de terceiros, partimos para a análise do melhor momento de se buscar esse aporte financeiro. Bem, de forma simples, o melhor momento é aquele em que a sua startup não está precisando de dinheiro. Por mais paradoxal que possa parecer, o fato de você ainda não precisar do valor permite que negocie melhores condições, estabeleça valores maiores por percentuais menores e seja menos flexível com exigências muito prejudiciais para uma primeira etapa de investimento. Dessa forma, o importante para a startup é ser capaz de antecipar um cenário de fluxo de caixa baixo ou de capital de giro escasso para garantir uma melhor condição na mesa de negociação com investidores interessados. Como exemplo, de nada adianta sentar com um investidor anjo que esteja disposto a investir R$100.000,00 no seu negócio se você não pode sobreviver mais 30 dias sem esse capital do investidor. Hoje existem muitos investidores com experiência e que facilmente notariam que sua situação é frágil, e, por se tratar de uma questão econômica/financeira, é evidente que ele não iria ceder às suas exigências em absoluto. Por isso, tenha sempre em mente que investimentos em startups são definidos por momentos. Se o seu negócio está passando por um bom momento, essa provavelmente é a melhor hora de buscar investimento de terceiros.
Como fazer.
A prática de como esse investimento acontece, quais contratos são elaborados e quais os principais cuidados que as partes devem ter serão tratados no nosso próximo artigo dessa série. Espero que tenhamos ajudado a entender um pouco mais sobre o tema nessa primeira abordagem. Faltam 3 artigos da série para garantirmos que você vai terminar a leitura com uma boa bagagem para discutir investimentos com outros empreendedores e investidores. Por fim, independente desses artigos, destacamos que você não deve deixar de ter sempre um profissional capacitado para apoiar o seu negócio em decisões como essa, vez que uma análise precipitada ou uma orientação ruim podem prejudicar toda a sua operação.
Luiz Eduardo Soares Silva e Duarte