Quanto custa se tornar uma subadquirente ou subcredenciador?

Essa é, sem dúvida, uma das perguntas mais recorrentes que ouvimos no escritório. Seja você um empreendedor querendo entrar no mercado de pagamentos ou uma fintech estruturando seu modelo de negócio, cedo ou tarde vem a dúvida: “Tá, mas quanto custa ser uma subadquirente?”
A resposta é: depende, mas dá pra ter uma boa ideia.
Antes de falarmos de números, é importante entender o que isso significa na prática.
Subadquirente, ou subcredenciador, é quem faz a ponte entre o lojista (estabelecimento comercial) e a adquirente (como Cielo, Rede, Stone, Getnet, etc.). Ela cuida da relação com o lojista, faz a captura da transação, e repassa à adquirente, que liquida a operação.
Se você já viu um nome como “PagSeguro”, “Mercado Pago” ou até fintechs menores em maquininhas ou checkouts online, provavelmente está vendo uma subadquirente em ação.
Para operar legalmente como subadquirente, você precisa basicamente de quatro pilares:
Nem toda empresa precisa, ou deve, virar uma subadquirente. Em muitos casos, atuar como parceiro de uma subadquirente já estruturada (via white-label, por exemplo) resolve o problema com muito menos custo e risco.
Mas há situações em que fazer esse movimento vale muito a pena:
Em suma, quando o volume justificar o investimento e a operação estiver pronta para assumir as responsabilidades de um participante relevante no mercado de pagamentos, ser subadquirente deixa de ser custo e vira alavanca de crescimento.
Agora sim: vamos aos custos.
Esse é geralmente um modelo de revenue share, ou seja, divisão de receitas. A adquirente cobra um percentual por transação, que geralmente fica entre 0,3% a 0,8% do valor transacionado. Algumas também exigem mínimo mensal de volume (ex: R$ 500 mil em transações por mês) ou cobram setup inicial.
Além disso, muitas exigem uma garantia financeira (escrow, fiança bancária ou seguro garantia) para mitigar risco de chargeback. O valor depende do seu modelo de negócio e do risco percebido pela adquirente.
Se você não vai desenvolver o seu próprio motor de pagamento (o que pode ter um custo elevado), vai precisar contratar um gateway ou white-label de tecnologia. Os custos são variados, mas os médios são:
Essa certificação é obrigatória para operar com dados sensíveis de cartão. Se você for armazenar ou processar dados diretamente, prepare-se para:
Se operar via parceiro (como um gateway PCI-compliant), esse custo pode ser terceirizado ou reduzido — mas atenção: você ainda será responsável contratualmente pela conformidade.
Além disso, recentemente houve mudanças nas regras das bandeiras e a maioria não está aceitando PCI/DSS de terceiro, mesmo que parceiro da empresa.
Cada bandeira cobra uma anuidade e possui custos técnicos de integração.
Desde a regulação do Banco Central sobre o mercado de recebíveis de cartão (especialmente com a Resolução BCB nº 150, de 2021), todas as transações parceladas com cartão de crédito precisam ser registradas em registradoras autorizadas pelo Bacen (como CIP, TAG, CERC).
A Subadquirente é responsável por garantir que o valor que o lojista tem a receber esteja devidamente registrado. Isso viabiliza, por exemplo, a antecipação de recebíveis e o controle de risco do sistema.
Os custos com a registradora variam, mas envolvem basicamente:
Na média, o custo por transação gira entre R$ 0,02 a R$ 0,10, dependendo do volume, da registradora escolhida e da forma de contratação (direta ou via um gateway/PSP).
Para colocar uma operação de subadquirência básica em pé, o investimento inicial realista começa em torno de R$ 200 mil a R$ 500 mil, dependendo do nível de personalização e do porte da operação.
Depende. Se você já tem uma base de lojistas, um ecossistema (como plataforma de e-commerce, banco digital, sistema de gestão ou marketplace), pode fazer bastante sentido verticalizar a operação de pagamento. A margem é pequena por transação, mas o volume faz a diferença, e o controle sobre a jornada financeira do seu cliente é um diferencial competitivo poderoso.
Mas se estiver começando do zero, talvez seja melhor atuar como um agregador white-label ou parceiro de um subadquirente já estruturado.
Se você está pensando em entrar nesse mercado, conte com orientação jurídica especializada para estruturar sua operação com segurança e clareza regulatória. Não é só uma questão de “montar a estrutura”, é também sobre assumir riscos, responsabilidades e garantir conformidade com Bacen, bandeiras e LGPD.
Importante lembrar: todos os custos apresentados ao longo deste artigo são estimativas médias, obtidas com base na prática de mercado e na experiência com nossos clientes. No entanto, os valores reais podem variar significativamente conforme o modelo de operação, volume transacionado, estrutura tecnológica da empresa, porte do negócio, bandeiras que se deseja credenciar e perfil de risco da operação.
Além disso, as propostas comerciais dos fornecedores, adquirentes, softwares, consultorias de compliance, certificadoras PCI, registradoras etc., são sempre personalizadas. Isso significa que cada empresa receberá uma oferta diferente, negociada caso a caso.
Por isso, é fundamental fazer uma análise jurídica e estratégica cuidadosa antes de estruturar sua operação como subcredenciadora. Se estiver avaliando esse caminho, podemos ajudar desde o mapeamento regulatório até a modelagem contratual e negociação com os players do ecossistema.
Quer saber qual caminho faz mais sentido para seu negócio? Conte com a NDM para te ajudar nessa jornada.
Por Jhenifer Silva
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