Como abrir uma gestora de investimentos (Asset): guia completo 2025 para empreendedores


A abertura de uma gestora de investimentos (asset management) representa um passo estratégico relevante para profissionais e empresas que desejam atuar de forma independente no mercado financeiro. Trata-se de uma atividade altamente regulada, que exige estrutura jurídica adequada, infraestrutura mínima de governança e credenciamento junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Nesse guia te mostramos os principais requisitos para constituir e credenciar uma gestora no Brasil, abordando aspectos societários, tecnológicos e regulatórios, além de destacar cuidados essenciais de compliance para assegurar a conformidade da operação.
As gestoras de investimentos — ou assets — são empresas privadas que administram recursos de terceiros, em geral por meio de fundos ou carteiras personalizadas.
Antes dominadas por grandes bancos, hoje o mercado conta também com gestoras independentes, muitas delas criadas por profissionais que deixaram instituições tradicionais para empreender.
Na prática, quando um cliente contrata uma asset, está terceirizando a gestão de seu patrimônio a especialistas, que buscam aumentar o retorno financeiro de acordo com a estratégia definida.
A gestora deve ser constituída no Brasil, podendo adotar a forma de sociedade limitada ou sociedade anônima.
Independentemente da forma societária, o objeto social deve prever a atividade de administração de carteiras de valores mobiliários.
Além disso, a gestora deve designar três diretores estatutários:
Esses cargos devem constar formalmente nos atos constitutivos e o documento deve ser registrado na Junta Comercial.
Embora seja um negócio voltado a finanças, a CVM exige uma infraestrutura mínima de governança e segurança.

Com a empresa constituída e a estrutura mínima implementada, o próximo passo é solicitar credenciamento na CVM.
Desde 2018, a ANBIMA atua em convênio com a CVM, ficando responsável pela análise preliminar dos pedidos de habilitação para administradores de carteiras (pessoa física ou jurídica).
O processo funciona assim:
Essa parceria torna o processo mais ágil, mas não dispensa atenção total à documentação. Um erro pode atrasar ou inviabilizar a aprovação.
Montar uma gestora de investimentos exige mais do que conhecimento de mercado: é necessário estruturar a empresa de acordo com a regulação, garantir governança mínima e comprovar capacidade técnica e operacional.
Embora o processo envolva etapas jurídicas e regulatórias complexas, contar com especialistas desde o início reduz riscos e aumenta as chances de aprovação na CVM.

1. Quais os requisitos para abrir uma gestora de investimentos no Brasil?
Constituir a empresa (Ltda. ou S.A.), registrar os atos na Junta Comercial, indicar diretores estatutários (gestão, compliance e risco), implementar infraestrutura mínima e solicitar credenciamento junto à CVM.
2. Quanto custa abrir e manter uma gestora?
Os custos variam conforme a estrutura societária, honorários jurídicos e infraestrutura tecnológica. Além disso, há custos de manutenção regulatória, como auditorias, sistemas de controle e equipe especializada.
3. Qual a diferença entre uma asset independente e uma ligada a banco?
A asset independente tem maior autonomia estratégica e costuma focar em nichos específicos, enquanto as ligadas a bancos integram estruturas maiores, com sinergia entre diferentes produtos financeiros.
4. Preciso de autorização da CVM para começar a operar?
Sim. Sem o credenciamento aprovado pela CVM, a empresa não pode administrar recursos de terceiros legalmente. Operar sem autorização configura infração grave.
5. Quais cargos são obrigatórios em uma gestora?
Três diretores estatutários: responsável pela gestão de recursos, diretor de compliance e diretor de risco (podendo acumular com compliance).
Por Jéssica Del Sant
Especialista em direito societário na equipe da NDM
A NDM é um escritório de advocacia especializadono ecossistema digital, com foco em startups, fintechs, meios de pagamento e empresas de tecnologia. Nossa atuação abrange áreas estratégicas como regulatório financeiro, estruturação societária, propriedade intelectual, contratos, compliance, proteção de dados, investimentos, tributário e contábil.
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