Joint venture é a parceria entre duas ou mais empresas, que podem ou não ser do mesmo ramo, sem que haja fusão entre elas.
A expressão significa “união de riscos” ou “empreendimento conjunto” e é uma solução utilizada por empresas que visam uma colaboração para fins comerciais ou tecnológicos, como por exemplo lançar produto ou serviço ou expandir o mercado de atuação.
1. Situações comuns
Algumas situações são mais propícias para a criação de uma joint venture, como por exemplo, romper barreiras comerciais. Para pequenas e médias empresas, a joint venture é uma chance de atuar de forma conjunta para superar barreiras comerciais e alcançar novos mercados. Um exemplo, é quando uma empresa não consegue, sozinha, explorar todo mercado disponível.
Outra situação, é a internacionalização, ou seja, quando a startup tem a necessidade de alcançar mercados estrangeiros, o que exige alto investimento e conhecimento específico de mercado.
A atuação em país específico também é outro motivo para que as startups busquem formar um joint venture. Há países que exigem que, para que uma startup atue em seu mercado, ela se associe a outra empresa nacional.
Por fim, a capitalização e o desenvolvimento também levam a criação de joint venture. Startups com o fim de obter capital para investir em determinado negócio ou compartilhar entre si conhecimentos, técnicas, tecnologias e know-how que possibilitem a realização ou melhoria de suas atividades.
2. Vantagens
As vantagens da criação de uma joint venture são várias. Uma delas é a redução dos custos de produção. As empresas dividem os custos e por conta disso, as despesas reduzem. Como consequência, há o aumento dos lucros e a oferta de um produto mais barato para os consumidores.
Outra vantagem é o acesso a novos mercados e consumidores. Com a joint venture há a possibilidade de firmar um acordo de logística entre as empresas, o que possibilita uma maior e melhor distribuição dos produtos e mercadorias produzidas. Com isso, as startups conseguem atingir um mercado maior, sem precisar investir tanto em infraestrutura e mão de obra.
A joint venture também permite acesso a novas tecnologias que por vezes são caras tornando a linha de produção mais eficiente, propiciando a produção rápida e com melhor qualidade. Permite também, que as envolvidas se beneficiem por exemplo do know-how, da tecnologia, da mão de obra e da infra estrutura uma da outra.
Além disso, há o rompimento da barreira comercial. Quando as empresas se juntam, elas se mostram mais fortes e competitivas, já que há mais visibilidade, patrimônio e estrutura para lançar a joint venture no mercado.
Por fim, a joint venture pode propiciar a internacionalização de um produto ou serviço, como falamos acima.
Importante lembrar ainda, que tudo isso é possível sem que as empresas percam sua individualidade. Quando as startups se juntam para formar uma joint venture, elas não perdem sua identidade e individualidade, pois continuam atuando em suas atividades originárias e com CNPJ próprio.
3. Tipos
A joint venture pode ser societária ou contratual.
A joint venture societária implica a criação de uma terceira nova empresa que irá possuir CNPJ próprio, sem que haja fusão entre as empresas formadoras. Nesse caso, cada empresa formadora detém uma porcentagem de participação na nova empresa formada, que varia de acordo com o investimento feito por cada uma, tanto de recurso financeiro ou não financeiro, como por exemplo tecnologia, infraestrutura e mão de obra.
É comum que a criação de uma joint venture societária se dê em casos de expectativas de lucro a longo prazo, como por exemplo, a exploração de minério, já que permite que as empresas fiquem vinculadas por mais tempo, facilitando a dinâmica da empresa por ela ser uma empresa independente das empresas formadoras da joint venture.
Na joint venture contratual, não há necessidade de criação de uma nova empresa. Nesse caso, a joint venture é uma colaboração temporária em que as startups fazem um contrato entre elas e, por conta disso, a parceria é mais flexível, pois os termos podem ser acordados.
Geralmente, a joint venture contratual se dá quando as empresas não são do mesmo ramo, mas buscam alcançar um objetivo comum, como por exemplo empresas que produzem produtos diferentes mas possuem o interesse em produzirem seus produtos de forma mais eficiente e barata.
Outro exemplo comum, é quando duas empresas formam uma joint venture com o objetivo de se tornarem mais competitivas e diminuir o monopólio de uma terceira empresa.
4. Conclusão
Como exposto, a joint venture possui diversas vantagens e propicia que as startups se desenvolvam.
É importante que antes de firmar a joint venture, as partes estabeleçam todos os direitos e obrigações de cada uma, além de definir as condições em que o produto será inserido no mercado e pelo o que cada startup ficará responsável.
Além disso, é necessário lembrar que a formação de uma joint venture também traz desvantagens, justamente por ser formada por duas empresas, como a redução de autonomia, maior risco de falhas por conta de questões operacionais ou, até mesmo de má gestão dos recursos envolvidos, parceiros não confiáveis, decisões desalinhadas, conflito na tomada de decisão, choque cultura, desequilíbrio de responsabilidades e metas desalinhadas.
A forma de constituição da joint venture também é determinante para o desenvolvimento das atividades já que impacta diretamente no objetivo final das empresas.
A joint venture, assim como o próprio nome já diz, é uma união de riscos, e por isso, as vantagens e desvantagens devem ser pensadas a fundo. Assim, é importante que este processo seja acompanhado por profissionais especializados que possam ajudar a sua startup a fazer a melhor escolha.
Por Paula Bernardes