As Etapas do Investimento em Startups

No universo de startups, não são poucas as vezes que ouvimos falar das famosas rodadas de investimento, dos altos aportes de fundos de investimento, os VC´s, fundos de Venture Capital, e também em alguns deslizes, como o famoso caso do brasileiro Cofundador do Facebook.

03 formas receber investimento

Levantar investimento é uma das formas tradicionalmente utilizadas para que a startup receba aporte financeiro e seja capaz de gerar escala ao seu negócio, consequentemente, elevando métricas indispensáveis como faturamento, receita e base de clientes. 

Por isso, para falar sobre investimentos em geral, de maneira breve e objetiva, sem muitos detalhes técnicos, vamos elencar as formas mais comuns de se financiar uma startup e quais suas características principais:

  • Cofundador / sócio: Geralmente no início do negócio, o empreendedor pode precisar de um capital maior do que sua reserva oferece, optando por buscar sócios que tenham quantias a oferecer, mas que sobretudo, possuam o chamado smartmoney, o qual consiste em trazer capacitações técnicas que o empreendedor não tem, além do dinheiro, justificando assim sua inclusão na sociedade como sócio. Na maioria dos casos, os percentuais das quotas sociais dos sócios são semelhantes e eles estão no chamado bootstrapping em que se autofinanciam.
  • Aceleradoras / Incubadoras: São empresas que geralmente abrem programas de aceleração/incubação para receber várias startups, formatar e aprimorar os negócios e investir quantias iniciais em algumas, geralmente em troca de percentual próximo a 10%. Vale esclarecer que aceleradoras e incubadoras não são a mesma coisa, mas não vamos fugir do tema deste artigo, abordaremos em outros.
  • Capital Semente ou Seed Capital: Este seria o primeiro investimento propriamente dito, ou seja, o aporte financeiro com intuito de acelerar o crescimento da startup e lucrar na venda para outros fundos ou incorporações. Nos EUA e na Europa, muitas vezes o valor é aportado por investidores anjos ou fundos de investimento early stage. No Brasil, o capital semente costuma se confundir com o aporte realizado pelas aceleradoras, pois o investimento por investidores individuais ainda está em desenvolvimento, apesar da ascensão de entidades como a Anjos do Brasil. Geralmente, os valores costumam não ultrapassar R$1 milhão em troca de até 15% da empresa, embora existam exceções. Temos também o crescimento de plataformas de equity crowdfunding que entram nesse nível de capital semente, inclusive falamos disso em um bate-papo.
  • Séries de Investimento (Series A, B, ...): A partir do momento que a empresa deslancha, fundos de investimento começam a se interessar pelo negócio e oferecem valores expressivos em troca de uma fatia da empresa, na crença de lucros bem maiores no futuro. Nessas séries ou rounds os valores costumam ser bem altos e os percentuais baixos, porque a startup esta consolidada e o empreendedor tem melhores condições de negociar. Os valores aqui raramente são menores do que um capital semente e os percentuais ficam em torno de 5% a 10%, todavia, é comum termos vários fundos aportando em uma startup, diminuindo as quotas dos sócios fundadores.
  • Oferta Pública ou IPO: Esta hipótese é raríssima no Brasil, mas nos EUA já existem bons casos, tais como Amazon, Facebook e Twitter. Esta consiste na venda de ações da empresa diretamente na bolsa de valores a terceiros interessados e sem necessária vinculação entre as partes. Por ser uma situação distante da realidade de grande parte das startups, pouco se fala e pouco se lê a respeito. Nesta, a pulverização de ações da empresa em pequenos percentuais tende a ser enorme e os valores aportados por cada ação relativamente baixos, devido ao grande número de ações emitidas no intuito de facilitar a capitalização.
  • Venda, fusão, aquisição ou exit: Por fim, elencamos o exit, mesmo que não se caracterize como forma de investimento propriamente dita, pois é o momento em que os fundadores vendem suas quotas/ações e, na maioria das vezes, saem da empresa. De qualquer forma, é comum que a venda seja condicionada a um período em que os fundadores fiquem prestando serviços de consultor ou conselheiro aos novos donos da empresa, auxiliando os compradores a alcançarem suas expectativas no pós-venda.

Expostos os momentos mais tradicionais de investimentos em startups, é fácil entender que toda e qualquer negociação de percentuais da empresa devem ser planejados com visão de curto e longo prazo. Não deve o empreendedor, por exemplo, topar receber um aporte com a venda de 40% da sua empresa se não terá folego para chegar ao próximo investimento. Se isso ocorrer, é normal que o empresário venha a ter que abrir mão do controle de sua startup em troca de mais capital e assim consiga mantê-la viva.

Aproveitando, para demonstrar o conceito elencado acima, a fundersandfounders.com fez uma imagem que sintetiza tudo que foi descrito acima, clique aqui. Aliás, eles têm diversas imagens sensacionais sobre empreendedorismo e startups.

Por isso, se você está focado em receber investimentos para acelerar seu negócio, analise bem e junto a um profissional de sua confiança e que entenda seu universo quais as condições que podem ser disponíveis, quais são inviáveis e até onde precisam chegar para conquistar um aporte relevante para a empresa.

Por Luiz Eduardo Soares Silva e Duarte