No universo de startups, não são poucas as vezes que ouvimos falar das famosas rodadas de investimento, dos altos aportes de fundos de investimento, os VC´s, fundos de Venture Capital, e também em alguns deslizes, como o famoso caso do brasileiro Cofundador do Facebook.
Levantar investimento é uma das formas tradicionalmente utilizadas para que a startup receba aporte financeiro e seja capaz de gerar escala ao seu negócio, consequentemente, elevando métricas indispensáveis como faturamento, receita e base de clientes.
Por isso, para falar sobre investimentos em geral, de maneira breve e objetiva, sem muitos detalhes técnicos, vamos elencar as formas mais comuns de se financiar uma startup e quais suas características principais:
- Cofundador / sócio: Geralmente no início do negócio, o empreendedor pode precisar de um capital maior do que sua reserva oferece, optando por buscar sócios que tenham quantias a oferecer, mas que sobretudo, possuam o chamado smartmoney, o qual consiste em trazer capacitações técnicas que o empreendedor não tem, além do dinheiro, justificando assim sua inclusão na sociedade como sócio. Na maioria dos casos, os percentuais das quotas sociais dos sócios são semelhantes e eles estão no chamado bootstrapping em que se autofinanciam.
- Aceleradoras / Incubadoras: São empresas que geralmente abrem programas de aceleração/incubação para receber várias startups, formatar e aprimorar os negócios e investir quantias iniciais em algumas, geralmente em troca de percentual próximo a 10%. Vale esclarecer que aceleradoras e incubadoras não são a mesma coisa, mas não vamos fugir do tema deste artigo, abordaremos em outros.
- Capital Semente ou Seed Capital: Este seria o primeiro investimento propriamente dito, ou seja, o aporte financeiro com intuito de acelerar o crescimento da startup e lucrar na venda para outros fundos ou incorporações. Nos EUA e na Europa, muitas vezes o valor é aportado por investidores anjos ou fundos de investimento early stage. No Brasil, o capital semente costuma se confundir com o aporte realizado pelas aceleradoras, pois o investimento por investidores individuais ainda está em desenvolvimento, apesar da ascensão de entidades como a Anjos do Brasil. Geralmente, os valores costumam não ultrapassar R$1 milhão em troca de até 15% da empresa, embora existam exceções. Temos também o crescimento de plataformas de equity crowdfunding que entram nesse nível de capital semente, inclusive falamos disso em um bate-papo.
- Séries de Investimento (Series A, B, ...): A partir do momento que a empresa deslancha, fundos de investimento começam a se interessar pelo negócio e oferecem valores expressivos em troca de uma fatia da empresa, na crença de lucros bem maiores no futuro. Nessas séries ou rounds os valores costumam ser bem altos e os percentuais baixos, porque a startup esta consolidada e o empreendedor tem melhores condições de negociar. Os valores aqui raramente são menores do que um capital semente e os percentuais ficam em torno de 5% a 10%, todavia, é comum termos vários fundos aportando em uma startup, diminuindo as quotas dos sócios fundadores.
- Oferta Pública ou IPO: Esta hipótese é raríssima no Brasil, mas nos EUA já existem bons casos, tais como Amazon, Facebook e Twitter. Esta consiste na venda de ações da empresa diretamente na bolsa de valores a terceiros interessados e sem necessária vinculação entre as partes. Por ser uma situação distante da realidade de grande parte das startups, pouco se fala e pouco se lê a respeito. Nesta, a pulverização de ações da empresa em pequenos percentuais tende a ser enorme e os valores aportados por cada ação relativamente baixos, devido ao grande número de ações emitidas no intuito de facilitar a capitalização.
- Venda, fusão, aquisição ou exit: Por fim, elencamos o exit, mesmo que não se caracterize como forma de investimento propriamente dita, pois é o momento em que os fundadores vendem suas quotas/ações e, na maioria das vezes, saem da empresa. De qualquer forma, é comum que a venda seja condicionada a um período em que os fundadores fiquem prestando serviços de consultor ou conselheiro aos novos donos da empresa, auxiliando os compradores a alcançarem suas expectativas no pós-venda.
Expostos os momentos mais tradicionais de investimentos em startups, é fácil entender que toda e qualquer negociação de percentuais da empresa devem ser planejados com visão de curto e longo prazo. Não deve o empreendedor, por exemplo, topar receber um aporte com a venda de 40% da sua empresa se não terá folego para chegar ao próximo investimento. Se isso ocorrer, é normal que o empresário venha a ter que abrir mão do controle de sua startup em troca de mais capital e assim consiga mantê-la viva.
Aproveitando, para demonstrar o conceito elencado acima, a fundersandfounders.com fez uma imagem que sintetiza tudo que foi descrito acima, clique aqui. Aliás, eles têm diversas imagens sensacionais sobre empreendedorismo e startups.
Por isso, se você está focado em receber investimentos para acelerar seu negócio, analise bem e junto a um profissional de sua confiança e que entenda seu universo quais as condições que podem ser disponíveis, quais são inviáveis e até onde precisam chegar para conquistar um aporte relevante para a empresa.
Por Luiz Eduardo Soares Silva e Duarte